Os moradores da Rua Elpídio Menezes, na Vila Tereza, no Bairro Camobi, enfrentam, há pelo menos uma década, o problema do esgoto que corre a céu aberto. Ele fica próximo à barbearia de Jeferson Pimentel, 38 anos, e, de acordo com o barbeiro, muita gente que passa pelo local se sente incomodada por conta do cheiro e da dificuldade para passar. Segundo os moradores, um carro e até um caminhão baú já caíram no bueiro.

– Eu moro aqui desde 2003 e sempre teve esse esgoto desse jeito. Já reclamamos várias vezes,mas nada foi feito. O dono do terreno já sabe desse problema, a prefeitura também já foi notificada,mas nenhum deles demonstrou interesse em arrumar. Quando eu cheguei aqui, tinha outro esgoto bem em frente a minha casa. Eu reclamei, mas acabei arrumando por conta própria, canalizando e limpando tudo – diz o barbeiro.
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Atualmente, o esgoto está coberto por vegetação, mas, antes, ele estava cheio de lixo e ocupava grande parte da rua. A vizinhança precisou arrumar a via para que carros e pedestres pudessem passar. Os moradores também reclamam do cheiro forte e da grande quantidade de mosquitos.
– O secretário de obras já veio aqui olhar, já pedimos a tubulação, mas ainda não fizeram nada. Estamos esperando há anos já – conta o técnico contábil João Maicon Dubal da Silva, 30 anos.
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O QUE DIZ A CORSAN SOBRE O ESGOTO
Conforme a assessoria de imprensa da Companhia Riograndense de Saneamento, já foram executadas redes coletoras de esgoto no local, no entanto, a funcionalidade do sistema será efetivada após a construção de todas as elevatórias de esgoto do bairro Camobi e do emissário de esgoto até a Estação de Tratamento de Esgoto – ETE Lorenzi. Ainda de acordo com a Companhia, é realizado um trabalho técnico social antes e durante a obra, a fim de informar a todos os moradores dos locais a importância da implantação das redes coletoras, por questões de saúde pública, além de orientar a realizar a ligação somente após a conclusão da obra.
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Deste modo, os problema relacionados a esgoto a céu aberto não poderão se solucionados neste momento, visto que a obra ainda está em andamento. Segundo a assessoria da Corsan edificações localizadas onde não houver sistema de esgotamento sanitário em operação, devem utiliza soluções individuais para o tratamento do esgoto.
O QUE DIZ A PREFEITURA SOBRE O ESGOTO
Conforme a Secretaria de Meio Ambiente, a pasta, juntamente com a Secretaria de Estruturação e Regulação Urbana, está fiscalizando demandas relacionadas a esgoto que chegam à prefeitura. A secretaria informa que será aberto um protocolo para verificar o local citado. No entanto, ainda de acordo com a prefeitura, a Corsan é quem deve resolver os serviços referentes ao esgoto do município.
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BURACOS E MAIS RECLAMAÇÕES
O técnico contábil João Maicon Dubal da Silva, 30 anos, mora na Vila Tereza há dois anos e administra o grupo Reclame aqui – Camobi, no Facebook.
– As pessoas mandam fotos e vídeos e a reclamação delas, eu filtro, ligo para a prefeitura e monitoro se eles arrumaram ou não os problemas – explica ele.

Além do esgoto, a vizinhança sofre com os inúmeros buracos nas ruas. Ao longo de toda a Rua Elpídio Menezes, os motoristas precisam desviar e cuidar para escolher o menor buraco na hora de passar. Só um trecho da rua tem pavimentação, o resto é de terra, e as crateras que se formam acumulam água em dia de chuva.
O QUE DIZ A PREFEITURA SOBER OS BURACOS
A Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos informa que grande parte das ruas do Bairro Camobi estão enfrentando dificuldades com relação aos buracos devido à obra de esgoto que está sendo realizada pela Corsan.
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O problema deverá ser solucionado após a conclusão das obras. Isso porque, para evitar desperdício de recursos, a prefeitura não deve realizar intervenções no local até que os serviços sejam completamente concluídos.
– Fizemos pedidos, mas a sensação é que estamos esquecidos aqui na Vila Tereza – diz a professora de história e filosofia, Maria Angelica Cruz, 59 anos, que mora há três décadas no bairro.
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A diretora Adiles Cantarelli, da Escola de Educação Infantil Pedacinho do Céu e de Ensino Fundamental Ceduca, localizada na Rua Silvino Jacobe Zimmermann, 621, também reclama dos buracos nas vias do entorno da instituição. A Rua Olmiro Camara da Silva, perto da escola, é outra que está cheia de buracos que, inevitavelmente, atrapalham os motoristas.
TERRENOS, CALÇADAS E FALTA DE ILUMINAÇÃO
Ainda de acordo com a vizinhança, um terreno que pertence à prefeitura e que fica na rua 17 de Maio, está completamente abandonado. O lixo e o mato alto tomam conta do local.
– Estamos com nossos espaços públicos abandonados. Poderíamos ter uma academia ao ar livre ou espaços culturais para as famílias se divertirem, mas não temos nada disso – fala a diretora Adiles, que mora há 35 anos no bairro.
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O QUE DIZ A PREFEITURA SOBRE O TERRENO
Conforme a Secretaria de Meio Ambiente, um protocolo será aberto para verificar a situação no local, bem como para definir encaminhamentos quanto à questão do lixo. Sobre o uso, trata-se de uma área institucional, que garante ao município que, futuramente, conforme demanda e projetos, seja utilizada para a construção de equipamentos públicos.

Outro problema que incomoda os pedestres da Rua Elpídio Menezes é o lixo jogado na frente de uma casa e o matagal que se formou na calçada. Os moradores contam que, à noite, é preciso ter atenção redobrada, já que os assaltos se tornaram constantes na região.
O QUE DIZ A PREFEITURA SOBRE AS CALÇADAS
A construção de calçadas é de responsabilidade exclusiva do proprietário da residência. À prefeitura, cabe a fiscalização para verificar se a legislação está sendo cumprida.
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Além disso, a iluminação está ruim no bairro. De acordo com Silva, quando os vizinhos pediram os conserto, mas a empresa responsável pelo serviço demora meses para fazer o conserto.
– Essa lâmpada que fica em frente à casa 144 está queimada e já faz dois meses que enfrentamos esse problema – comenta ele.
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O QUE DIZ A PREFEITURA SOBRE A ILUMINAÇÃO
De acordo com a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos, o protocolo para reparo na iluminação na via foi solicitado há uma semana e já está incluído no cronograma de trabalho da empresa. Assim, em breve, o serviço será executado.